sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A flor de Saramago – em um parágrafo


Já falei algumas vezes que uma das coisas que mais gosto de desenhar é flor. Adoro! Pode ser pequena, grande, no vaso... tulipa, gérbera, violeta ou maria-sem-vergonha... pode estar na mão de um menino que não sabe como , mas quer entregá-la a uma menina de cabelos encaracolados. E hoje vou falar um pouquinho sobre um de meus escritores favoritos – José Saramago. Acredito que a maioria das pessoas conheçam seus “livros de adulto”, mas não sei quantos de vocês sabem que ele também escreveu para os pequenos. O livro se chama “A maior flor do mundo” e aqui no Brasil foi publicado em 2001 pela Companhia das Letrinhas e tem as belíssimas ilustrações de João Caetano. E o texto começa assim: “As histórias para as crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de preciso saber escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito explicada, uma paciência muito grande – e a mim falta-me pelo menos a paciência, do que peço desculpa...”. Imagina só Saramago achar difícil escrever para as crianças. Isso, na minha opinião, demonstra um respeito pela literatura infantil e dá um tapa na cara daqueles que consideram a literatura para os miúdos uma literatura menor. Literatura infantil é difícil sim, porque é uma literatura de síntese, não se deve desperdiçar usando palavras ou imagens desnecessárias. Voltando um pouquinho ao livro, é um conto sobre um menino de uma aldeia que se embrenha em meio a vegetação e encontra uma flor murcha e sedenta e para saber a continuação você terá de ir a uma biblioteca ou livraria mais próxima, pois não quero estragar essa singela história com minhas palavras desnecessárias. A quarta capa do livro conta com mais um texto do autor que nos coloca para pensar: “E se as histórias para crianças passassem a ser leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”. Para encerrar, também posto aqui um curta-metragem baseado no livro, é bem bonito, mas particularmente gosto mais do livro. E se atreva a ler um livro infantil, mesmo sendo um adulto, tenho certeza que não se decepcionará. Bom final de semana!

Nenhum comentário: